sábado, outubro 13, 2007

Coisas daquim

Pavimento escorregadio, escrita perigosa, ovos com celulite, ouvidos de chumbo....tahhhhhh
Click, mercedes na pota , revolução na gaveta, abortos na zita, estalo nas finanças...taaaaaaaahhhhhh
Maquina que calca por nós, aderência perigosa, cortar ali, cortar ali...
Deixar o importante e que o importante se espalhe porque o importante...
Está lá onde ...é importante...
E o que a porta deixa entrar é que é porque para fora...é exportante
Quem quer saber do exportante se não veio de lá.
Ter tudo o que importa é ser importante.
Eu não...tahhhh tahhhh tahhhh

terça-feira, outubro 02, 2007

quim critica quim?

Razões para chorar não faltam aos espíritos humanos, fracos, que odeiam os demais por se parecerem consigo ou por não o fazerem, ou por simplesmente existirem...acertada ou errada a mente...
Codificar o sentimento através de palavras ocasionalmente adequadas, ou intelectualmente favoráveis, decididamente existentes, neutro como a morte, vivo como existe, parecido consigo e como todos os que se sentem e que são eles próprios num êxtase de individualismo simultaneamente auto e suficiente. MORTE AO EU!
Paradoxo idiota, este de complicar o que não existe e reduzir à insignificância o que não percebemos, assim, sem meios termos!

Fuga irreal de um ser confusamente esclarecido

- Apetece-me perder tempo a não escrever nada de jeito. Não que tenha muito tempo para gastar ou muitas ideias para dissertar, mas apenas para desabafar, divagar e entrar na (perigosa) dimensão da ideia. Sair do mundano, fugir às regras, institucionalizar a minha revolução e aí ser inconstitucional...irreal claro!

- Fui constantemente examinado para ter uma nota, para que agora tivesse notas! Conclui esse processo, a nota não foi lá grande coisa e as notas não são agora nenhumas. Mas só depois da conclusão entrei na sociedade pós-industrializada de serviços, comecei a servi-la, a alienar e deixar de controlar o meu tempo. E afinal entrei no mercado como mão de obra barata e não especializada. A cruz é ter gasto dinheiro a quem cá me pôs. Os espinhos são a consciência que conhecia esta predestinação. É só uma perspectiva...este problema afecta muitos e nem todos se martirizam, mas esta é uma fuga irreal...

- Pensar em pessoas como mão-de-obra, como peças prontamente substituíveis de uma máquina imparável embora com condutor invisível...é a aceitável consequência do contrato social com que concordamos ao nascer. Já terá sido melhor? Em alguma parte do planeta? Oh, terra irreal..

- A interacção dos meus eus (eu filho, eu irmão, eu sobrinho, eu tio, eu amigo, eu vizinho, eu consumidor, eu servidor, eu eleitor...) vai alterando o eu eu que a cada dia vai sendo diferente (novas esperanças, novas desilusões), restando uma base que se formou de infância e que se vai afirmando até ao estático e vegetativo estado sóbrio de maioridade efectiva. Será o eu eu real?

- O meu actual estado de espírito faz-me ser assim. E este ser não é presente, pois o futuro está sempre a chegar e vão-se confundindo. Estou sempre a ser eu da mesma maneira de sempre, o sempre chega com o futuro como "o absoluto é a antiguidade do para sempre". Realidade absoluta e este eu para sempre?

-Interromper! Mudar de fazer, ter, agir. O ser continua a ser. É-o diferente nesse momento, mas o antes está sempre no ser. Mudança total! O ser é um ser diferente, num momento diferente, deixou de ser quem era para ser outro ser....Realmente renascer?

- Admissão de ignorância (também eu não sei o que sei). Quanto mais tempo perco a debruçar-me sobre algo, mais complico esse algo, mais complexo fica o seu entendimento, mais elaborado fica o mesmo, mesmo a ser o mesmo algo. Se aceitar a primeira impressão que tenho de algo, fica sempre assim e pronto, esse algo é sempre o mesmo.

- Esgotar o entendimento/conhecimento de um objecto é encará-lo em todos os sentidos, em todas as suas formas e de todas as maneiras. É reduzi-lo à condição de objecto entendido e conhecido. Então eu mesmo não me esgoto.

- Tenho muitos espíritos e não conheço todas as minhas bases. Será que esse processo estará perto da conclusão? O da construção de bases, pois o do seu reconhecimento creio que será eterno. Tal como estamos sempre a aprender, estamos sempre a ser avaliados, nem que seja pelo Grande Olho da nossa consciência. Sou mais um ser que estou a ser avaliado para ser o mesmo ser para sempre.

- Não pensando em ser, vou seguindo o caminho do conhecer. Novas primeiras impressões e muitos novos vocábulos para saber, dizer e saber dizer. E sem conhecer o ser...

-(rip)Estrada perdida e já atravessada, encaras-me quando não o quero, enfrentas-me quando não te quero ver. Levas-me para o abismo conhecido, empurras-me e não o posso parar, senão caio antes de lá chegar.

- Gostava de ter um Império e de ser um Imperador. Construir uma rede de dependências à minha volta, sentir que me temem e dominar tudo o que existe. Controlar o movimento, acção e o pensamento. Esse Império mora em mim, mas ainda não eu o Imperador.

- Gosto de quem preciso, de quem me faz falta. Preciso de quem gostar, faz-me falta gostar de alguém. Mais do que isso, preciso de saber o que me faz falta, para saber de quem gostar. Gosto de saber que faço falta a alguém e é desse alguém que vou gostar. Equilíbrio interesseiro, que quando não o é, é desequilíbrio.

- Tenho necessidades constantes de confrontar o material com o espiritual. E não falo assim, só penso nisso. Quando não penso nisso estou a fazer, a materializar a minha existência. Quando penso nisso estou a pensar a minha existência. Sonho real e acordado.

- Inventei-me diferente: agora tenho uma consciência estável, uma consistência cognitiva que me permite associar emoção e razão. Quando existirem dissonâncias já sei como devo agir: invento-me de novo!

- Já quase que me esgotei só de tentar conhecer o meu ser, de renascer material a partir do espiritual. O melhor é voltar a ser o meu ser, a ter pouco tempo para perder, a não pensar no que ser e a voltar a ser avaliado no presente caminho sem impérios destinado à escravatura do meu ser não interrompido

Produção desencantada de pensamentos-reflexos num tom de abstracionismo absoluto

Ciclo eterno de desconstruções e destruições, com passagem por incertezas inesperadas e sem rumo definido...assim se identifica uma vida irracional consciente...

A procura da neutralidade absoluta, ou seja, o ponto zero de uma escala de valores sem moral definida, reflecte-se de forma encoberta na elaboração de atitudes; é algo que o tempo- o presente- baralha ainda mais, pois a NECESSIDADE IMEDIATA E CONSTANTE de respostas através de comportamentos (construídos à luz dos outros) pressiona a nossa personalidade e molda-nos através da comunicação.

A necessidade concreta de rumos, escolhas, preferências, eleva para o plano animalesco da rotina humana, de outra forma, a sociedade marginaliza os mais fracos e os diferentes, como na selva.

Definir uma política individual é escolher-mo-nos, tendo em conta as possibilidades de causas e efeitos não coincidirem minimamente com as opções pré-conceptuais. A evolução entre a definição do objectivo (tese) e a sua concretização (síntese) pode alterar o próprio sujeito, encaminhando-o a alterar o percurso (e a hipótese), tornando-o na única realidade indubitavelmente verificável.

"Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou"