terça-feira, abril 19, 2005

Ainda Abril: entre a espera e o acaso

A tempestade por que passei não foi mais que o ocaso da indisciplina em vésperas da sóbria idade. A capitulação dos ideais defendidos e divergentes(espécie de auto-pluralismo), independentes e despegados mostra-se, no entanto, lenta, e como todas as capitulações, inoportuna.
O tão longe é afinal muito perto, mas o caminhar descalço faz o todo parecer sempre muito, mesmo que se tenha andado aos círculos e nada se encontre senão o mesmo sítio.
O verdadeiro nojo é a regra, a liberdade limitada, a via direita, a política sem futuro por respeito ao passado, a filosofia certa e inquestionável, o magma que a ideologia-chave liberta e tudo consome à sua passagem.
Há que optar:ou se atravessa a rua ou se fica no mesmo sítio à espera de boleia. Senão corre-se o risco de se ser atropelado por quem circula sem regras.
No início foi o acidente. A incompatibilidade material na sua essência teve uma reacção química:da explosão surgiu a rotação eterna dos destroços. E ei-la aqui!

segunda-feira, abril 11, 2005

Abril tempestades mil!!!

Aqui ando eu à deriva num mar revoltoso.Não vejo boias nem novas embarcações.Não me atirei do barco onde vinha,mas fui eu quem escolheu este mar.Apetece-me acordar noutra corpo,noutra era e acima de tudo noutro oceano.
A pressão de ter de ser é cada vez mais forte conforme se afastam os anos da infância e da juventude e conforme se torna mais evidente e insuperável a entrada neste mundo animal, onde a racionalidade está ao serviço do mais rico e onde a informação de tão abundante se torna vaga,inoportuna e confusa para as mentes pouco ilucidadas e que não têm quem as encaminhe.
A liberdade compra-se como um material, e só se vê é materialismo, cobiça, disputa.
Começo a pensar que não me preparei para esta miséria de vida,somente fechei os olhos ao evidente e agora que os abro não distingo bem ou mal,verdade ou mentira,virtude ou defeito.
Continuar a existir e imitar os que vejo.E escolher o que vejo?Isso já depende dos outros...Será a minha solução conseguida socialmente?
Parece que tenho de procurar modelos onde não os encontrei até hoje e abdicar do meu egocentrismo niilista,socio-masoquista e anti-sociável.
Está na hora de ir às compras...comprar o futuro em alguém...
Ah,mas nada tenho para oferecer,sem ser o meu corpo,mente e alma...então tenho de abdicar do meu tempo,da minha preguiça e da minha vontade e tornar-me um escravo de um contrato...é assim que tem de ser!!?!